sábado, 26 de março de 2011

Da pré-paração ao roteiro


A primeira vez que eu quis ir para a Turquia, foi vendo um editorial da Le Lis Blanc em Istambul, e me apaixonei pelas imagens da Mesquita Azul e da Leticia Birkheuer com aqueles kaftans de rica flutuando pelo Bósforo. Alguns dias folheando e refolheando a revista depois, liguei para meu namorado e falei: "tenho uma proposta: vamos viajar pra Turquia???" É claro que ele não fazia ideia do que era, de onde ficava, o que iríamos fazer lá. Mas, como estávamos discutindo o destino de uma possível viagem, aquele era definitivamente um bom lugar. A viagem não aconteceu. Terminamos com conjuntivite em Buenos Aires meses depois, mas aí é outra história.

Minha história com a Turquia não terminou por aí. Poucos meses depois da proposta de viagem ao namorado, fui trabalhar para a Embaixada turca no Brasil como tradutora, onde tive várias experiências muito boas e outras nem tão boas assim. Sem entrar em qualquer mérito, conhecer a cultura turca me deixou muito curiosa sobre o país, e, ao saber que minha mãe planejava fazer uma viagem com as filhas para comemorar seu 50º 30º aniversário, sugeri a Turquia, porque (achava eu) teria o know-how e algumas benesses por ser funcionária da embaixada. Fim das contas: não há know-how quando se trata da língua turca. É tudo difícil. E não há benesses por ser funcionária. Afinal, eles são turcos. E tudo o que se fala sobre turcos É VERDADE! (não, não usam desodorante também.)

(Minha mãe acaba de rememorar que se decidiu que queria conhecer a Turquia após ver a matéria do programa do Amaury Jr. sobre o país. <3)

Compramos nossas passagens em dezembro janeiro, e conseguimos um preço muito bom: R$ 2.100,00 2.174,00 por passageiro.

De tudo até agora, o roteiro, devo admitir, foi a  pedra no sapato mais chata. Tudo que sabíamos era que chegaríamos por Istambul, e que de lá iríamos para a Capadócia voar de balão. De lá, iríamos descer, passando por pontos turísticos importantes, sem saber nem mesmo sua localização no enorme mapa da Turquia.
Tudo o que tínhamos era uma porrada de brochuras que eu peguei na Embaixada da Turquia, mas que, novamente, não nos diziam muito sobre o que era essencial visitar.

Uma porrada de brochuras

A princípio, iríamos passar 15 dias, contra minha vontade. Eu queria 20, porque na última vez em que eu dispunha de pouco tempo para distribuir 10 cidades em um roteiro de viagem pela Europa com a minha família, terminamos a viagem estrupiadas, grande parte devido ao descontrole bagagístico de brasileiras indo passar frio no inverno. De qualquer jeito, minha mãe argumentou que iria ficar muito cansada em 20 dias de viagem e que não haveria jeito nenhum que a fizesse ficar 20 dias.

Como, felizmente, o ser humano muda de opinião, ao ver que o suor escorria gelado em minha testa a cada vez que eu tentava montar o roteiro para 15 dias de viagem, incluindo todas as atrações que considerávamos indispensáveis, e tentando sobre-humanamente atender aos pedidos indignados da minha irmã de visitarmos a Grécia, já que estaríamos tão perto, minha mãe achou que era por bem remarcar a passagem para 3 dias depois da data previamente marcada.

Pela Turkish Airlines, que, diga-se de passagem, tem ao todo 3 atendentes (de tantas vezes que liguei, só consegui identificar 3 vozes se revezando), sendo que um é extremamente impaciente, a mudança da data da volta ficou 50 euros por passageiro. Como uma das passagens nós compramos por milhagem da TAM, a mudança dessa aí foi gratuita. Prejuízo de lado, tínhamos mais 3 dias para aloprar no roteiro.

Acontece que nosso problema intrínseco era logístico: não sabíamos como nos locomover entre as cidades, porque não estaríamos de mochila, e sim com malas, logo, não poderíamos sair carregando malas para lá e para cá sem ter pousos onde deixá-las, o que demandaria mais diárias em determinada cidade, acabando com o nosso tempo disponível. Sendo que não sabíamos qual a infra-estrutura que cada cidade disporia, porque, apesar de termos nossa porrada de brochuras, elas não diziam muito mais do que turista quer ler e não iam além do que sobre a cidade sobre a qual se tratava.

Eis que, a 3 semanas da viagem, aparece-me diante dos olhos depoimentos de viajantes que foram para a Turquia e que alugaram um carro. Bingo! Por que isso não havia se passado pela nossa cabeça antes?

Considerando que qualquer opção pra sair da Capadócia seria de mau a pior (os vôos voltam a Istambul de noite para voar para Antalia de manhã, e os ônibus seriam 9 horas de viagem à noite), alugar um carro seria uma ótima opção, para sair da Capadócia e irmos para Antália, cidade litorânea no sul da Turquia.

Só não contávamos com a Grécia. Conseguimos encaixá-la no roteiro. Mais especificamente, a ilha de Rhodes, que é a ilha mais perto da cidade costeira de Marmaris. Limamos então a Antália (que não parece ter tanta coisa para se ver, tirando o teatro de arena de Aspendos a alguns km de distância) e colocamos Mármaris no roteiro, indo de Göreme (Capadócia) para lá de ônibus mesmo (somando-se então 12 horas de viagem), para de lá pegar um ferry para passar 1 dia ou 2 em Rhodes.

É claro que pretendo falar de cada ponto do roteiro mais detalhadamente mais adiante.

Mas, para quem gosta de uma lista, um infográfico, ou qualquer coisa que auxilie na compreensão de algo que (provavelmente) ainda deva estar meio obscuro na mente de um pretenso viajante, aqui vai nosso roteiro com os ingredientes que nos constam até o momento:

ROTEIRO PRELIMINAR
Abril
6 - Saída do Brasil 23:30
7 - Chegada em Istambul 18:30 local
8 - Istambul
9 - Istambul
10 - Istambul
11 - Istambul
12 - Istambul
13 - Saída para Nevsehir (Capadócia) de avião e transfer para Göreme
14 - Göreme
15 - Göreme
16 - Göreme até as 19h -> ônibus para Mármaris
17 - Marmaris às 7:00
18 - Marmaris - Rhodes
19 - Rhodes - Marmaris
20 - Marmaris -> Pamukkale/Hierápolis
21 - Éfeso/Selçuk
22 - Selçuk -> Izmir
23 - Izmir -> Istambul
24 - Istambul
25 - Vôo de volta para o Brasil


Esse roteiro pode e vai mudar, inclusive na parte de Rhodes. Esse é só um draft, para quem está perdido começar a se localizar e ver que algumas atrações, como Pamukkale e Hierápolis, descobrimos que dá para fazer num só dia (espero que a informação realmente proceda).




2 comentários:

  1. Já vi que vou perder meus braços e pernas andando de um lado pro outro carregando malas de 30 kgs. É bom que emagrece, hehehe. Que venha a Turquia!

    ResponderExcluir
  2. Bah, pior que a gente também teve esse dilema quanto à duração da viagem, e também resolvemos adiar nossa passagem de volta em três dias! Nosso problema foi que a gente comprou pelo decolar.com; pra remarcar a volta toma uma baita grana e burocracia. Acabamos decidindo remarcar lá mesmo, pois a Turkish só assume a tarefa com a viagem em andamento.

    Nosso roteiro fica diferente do de vocês a partir de Göreme. Decidimos ir para Antalya e arredores, depois Kas, Fethiye, Dalyan e Pamukkale.

    Percebi que vocês partem amanhã! Boa viagem!

    Abraços,

    Butrus

    ResponderExcluir